quinta-feira, 20 de junho de 2013

Em Busca da Mão de Obra Tijolo Ecológico

A Verdadeira Caçada



O principal transtorno de quem vai construir ou reformar, independente do tipo de obra: a mão de obra. Envolve os dois pilares principais da obra: dinheiro e tempo. Se os recursos são limitados, a quantidade de profissionais para usufruí-los é enorme, dos mais variados tipos, preços e competências. Claro que encontrar o que mais se adeque a necessidade, aquele que tenha agenda para o momento em que deseja, o que cobre um preço razoável, o que seja confiável e honesto, o que tenha plena capacidade de desempenhar seu papel e cumpra o acordado, não é tarefa nada fácil. Talvez seja o segundo ponto mais difícil do projeto, depois do dinheiro.

Na temática do tijolo solo-cimento, a MO para trabalhar com o mesmo precisa ser especializada. A pessoa ou equipe precisa ter experiência em alvenaria estrutural primordialmente e desejável costume de trabalhar com esse tijolo, pois isso facilitará o dia-a-dia e adicionará qualidade ao que for feito. Com o paradigma da construção estrutural, diversos vícios da alvenaria convencional precisam ficar de fora da obra. O responsável pela construção deve observar sempre e nunca fugir do projeto da obra. Todas as definições saem dessas plantas e qualquer dúvida deve ser esclarecida através delas. Não há como fazer as coisas "de olho" ou com dúvidas. Basta um tijolo colocado errado para tudo sair do escopo. Dimensões, prumadas, localização de esperas, tubulações, grouts, o pedreiro precisa executar isso com base exatamente em cima do que foi definido no projeto. É claro que podem existir situações não esperadas ou até erros no projeto. Nesses casos o pedreiro/empreiteiro tem que ter em mente sempre alertar o responsável pelo projeto ou o proprietário, para que todos juntos revisem a definição e saiam com uma solução.

É sim bem mais fácil achar MO convencional, que não aceita trabalhar com esse tijolo e até coloca vários preconceitos em cima. Mas com um pouco de paciência e determinação fui encontrando diversos contatos de gente que hoje só trabalha com tijolo solo-cimento e não quer saber mais de voltar para o convencional. De fato, por mais cheio de detalhes como parece ser a construção usando o tijolo solo-cimento, na minha forma de ver é muito mais eficaz e rápido trabalhar com ele do que com outros tipos de tijolos comuns, até mesmo blocos estruturais. Os melhores profissionais, não só os que trabalham com tijolo solo-cimento, estão sendo muito disputados e estão sempre com agenda cheia. Mas já não é tão difícil encontrar empreiteiros ou contatos de pedreiros que possuem bons resultados para apresentar e possuem capacidade para executar sua obra.

Esse aliás é um ponto chave para a contratação. Seja por indicação ou contato avulso, é primordial que se conheça uma obra executada pela pessoa que vai contratar, pois os resultados finais se assemelham muito, desconsiderando a diferença de cada fabricante de tijolo. Questione sobre algumas soluções como a maneira que ele está acostumado a assentar os tijolos (cola branca PVA, argamassa estrutural ou dundun, etc), como ele costuma resolver situações como embutir caixinhas de luz, esconder a laje, qual altura ele faz as amarrações (geralmente 1,10 e 2,20m) e outros pontos pertinentes e mais críticos de sua obra. Peça orientação a seu engenheiro/arquiteto para ter bagagem para questionar a pessoa e mesmo que não entenda muito, faça esse leva-e-traz para o engenheiro/arquiteto poder validar as respostas e sentir segurança no pedreiro. O ideal é que os dois conversem também, mas nem sempre isso é possível. De qualquer forma, o objetivo é ter segurança de que a pessoa responsável é capacitada para o que pretende fazer.

Falando em segurança, o que garantirá alguma é um contrato. Isso precisa ser fechado, não pode ser negligenciado. No contrato devem constar informações sobre o projeto (objeto), dimensões e características, um detalhamento dos serviços a serem executadas (com o auxílio de um cronograma preferencialmente), as responsabilidades de cada parte (materiais, ferramentas, equipe - inclusive tributos e pagamento de funcionários como serventes, etc), eventual permanência na obra desses profissionais, garantias, prazos e pagamentos. O ideal é um cronograma de pagamentos atrelado a evolução da obra, por medição. Realizou, mediu, evidenciou = recebeu. Assim o andamento da obra não fica aquém do que está sendo pago, isso serve de estímulo para que as coisas evoluam e o que foi acordado fica bom para ambos os lados. Registrando tudo isso em cartório, o acordo passa a ter valor legal e em uma eventualidade, pode ser questionado judicialmente.


Se informe, pesquise, peça orientação. Esse é um ponto muito importante, a execução da sua obra é o ponto mais delicado e não pode dar margem para erro.



5 comentários:

  1. Cara, aqui vc podia colocar um modelo (template) de contrato pra ajudar os mais leigos no assunto!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu pensei nisso sim Rafa, mas iria acabar referenciando algum site que encontrei na pesquisa do Google. Existem vários! Acho que para indicar algum, precisaria fazer uma análise melhor, algo que fosse feito até por um advogado/jurista que veja todos os detalhes. Nisso, desisti. Achei melhor deixar que cada um procure aquele que melhor atende.

      Em sublinhado, estão basicamente os tópicos/escopos que o contrato precisa ter. Talvez sirva de base. No mais, recomendo a pesquisa no Google mesmo.

      Valeu!

      Excluir
  2. Olá. Alguma chance de dar certo trabalhar com um bom pedreiro, interessado em aprender, bom de prumo e funcionar a obra?
    Nosso projeto está baseado em tijolo solo cimento, entretanto os empreiteiros cotados não são especialistas na tecnologia

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Carlos, boa tarde. Sim, totalmente! Meu caso foi exatamente esse, um pedreiro não especialista, mas que teve paciência e capricho. Vai depender mesmo é da motivação e do interesse do pedreiro. O método em si não tem grandes exigências de especialistas, interessante ao menos a pessoa já ter trabalhado com alvenaria estrutural (bloco cerâmico por exemplo) pois aí a questão de grouts, cintas de amarração e demais itens importantes da alvenaria já serão de domínio do mesmo.

      Obrigado.

      Excluir