segunda-feira, 1 de julho de 2013

Dedicação x Disponibilidade

Mantendo a Pressão


29/06/2013

Como disse em outro post, vejo a obra da mesma forma que a implantação de um sistema na área de TI. Existe o arquiteto/projetista, o gerente de projeto, os desenvolvedores/executores, o usuário/cliente final. Mesmo não sendo da área, qualquer um consegue imaginar a complexidade de um grande sistema computacional, bem como o papel de cada um desses atores que citei acima. O paralelo com a obra é realmente muito pertinente: o nível de dificuldade, a grande quantidade de passos para conclusão e as inúmeras possibilidades de problemas são praticamente iguais nos dois cenários.

Por mais que se tenha contratado uma construtora para realizar sua obra, dificilmente você ficará tranquilo durante a execução. Além de cliente final e patrocinador desse projeto, você acaba sendo também um fiscalizador e não raro vira o gerente de projeto. É de seu total interesse que o projeto seja executado com qualidade e dentro das expectativas de custo e prazo, nada mais normal que você seja a pessoa mais envolvida e comprometida com aquilo tudo. Só que tudo isso tem um preço e um frágil ponto de equilíbrio. O excesso, como em todas as coisas, pode prejudicar sua obra, suas relações ou até sua saúde.

Moderação, a palavra chave, dita assim parece fácil de se encontrar, mas é a última coisa que se vem em mente quando no meio desse caos que é a obra. Já abordei no post Preparando-se para o Enfrentamento, alguns conceitos que vejo como essenciais quando se decide entrar em um projeto desses. Senti falta apenas de compartilhar a postura que acredito ser ideal a se assumir durante a obra, enquanto as coisas já estão acontecendo.

Tempo:

Invariavelmente a obra vai te consumir tempo, muito tempo. Não é por menos: algumas decisões precisam ser revistas durante a obra; materiais que precisam ser justificados; medições, acompanhamento e garantias de que tudo está sendo bem executado, tudo isso acontece o tempo todo na obra e muitas vezes sem uma exatidão que permita ser planejado.

Na minha situação atual, tenho estado na obra quase que diariamente, pelo menos 4 dias dos 5 em que o pessoal está trabalhando. Tem feito toda a diferença! Se eu acompanhasse somente de final de semana, quando eles não trabalham, não conseguiria detectar certos problemas e situações a tempo de saná-las, uma vez que nessa fase da obra as coisas evoluem mais rápido. Certos debates e discussões são mais produtivos in loco. Alí, analisando a obra juntamente com os executores, tem-se a chance de tirar todas as dúvidas no ato, evitando esquecimentos.

Necessário portanto dosar bem o tempo disponível para se mostrar presente e ter a chance de acompanhar tudo de muito perto.

Paciência:

Essa com certeza não é minha qualidade. Juntando ansiedade, correria, tensão, preocupação e eventuais problemas, a coisa se torna um caldeirão fervente, prestes a explodir. Não a toa que obra vira trauma na vida de tanta gente. O segredo para dosar isso sinceramente não sei, mas que peco pela falta de paciência, isso com certeza sei reconhecer.

É preciso estar preparado para situações que fogem do controle: desvios de planejamento, aumento de custos, perdas e desperdícios e principalmente, erros. Eles acontecerão inevitavelmente, por mais cuidado que todos os envolvidos tomem. Nesse momento é bom respirar fundo e acreditar que tudo tem uma saída, que é possível superar e resolver o problema mantendo a tranquilidade.

Perseverança:

Melhor do que a palavra esperança, perseverança é o segredo para manter a crença de que obra vai dar certo e vale o esforço. Já que decidiu entrar nisso, recordar-se sempre dos seus motivos e dos objetivos finais ajudará a manter o foco. Só mesmo com clareza de objetivos e determinação é que será possível perseverar no seu projeto.

Isso tudo será posto a prova a qualquer instante e repetidas vezes.


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