De 13/04/2013 a 27/04/2014
Mais de um ano depois, há um misto de sensações e sentimentos com relação a todo esse projeto.
É sem dúvida um dos projetos mais complexos e intensos ao qual nos dedicamos, natural então que fosse marcado por dificuldades e um progresso lento. Claro que tudo isso está pautado pela dificuldade financeira, o que potencializa todos os extremos e nos coloca em desvantagem. Porém esse fator faz com que cada vitória tenha um grande significado e dá sentido a cada etapa, cada peça, cada gota de suor dedicada a tudo isso.
Hoje, 1 ano, 1 mês, 9 dias e 7 horas desde o início dos trabalhos, eu particularmente convivo com diversas sensações angustiantes, outras estimulantes e algumas várias incertezas. Chegamos tão longe com isso tudo e agora falta tão "pouco" para concluir nosso sonho que a ansiedade toma conta e certas vezes atrapalha o discernimento. É como estar tão perto e tão longe ao mesmo tempo. Não conseguimos o montante necessário para terminar e sequer temos uma expectativa disso. Ao constatar isso, o desânimo nos toma conta.
Quase que ao mesmo tempo, ao estar lá, trabalhar na lida com o mato, com resina, com as tarefas que executo eu mesmo para economizar e também pela higiene mental que isso me proporciona, volto a sentir o estímulo de continuar batalhando, reconhecendo o grande avanço e a grandeza do que foi construído, gerando aquela força interior que me faz voltar a sentir motivação.
Nesses últimos dias tenho sido bombardeado com lembranças aleatórias dos estágios dessa obra, flashes de memórias e imagens das situações mais marcantes. Lembranças como o primeiro dia em que algumas paredes foram demolidas, uma sensação conflitante de caos com progresso. Ou a sensação de andar dentro da casa com o aterro interno que fizemos para elevar o contrapiso, barro por toda parte, um cenário de guerra. As horas e horas com trena na mão, prumo, nível, andando de um lado para o outro, conferindo as primeiras fiadas. A sensação de estar na laje da antiga casa, vendo as novas paredes crescendo ao redor. Os medos e aflições do que estava por vir, hoje tudo coisa do passado, itens superados.
Com essas lembranças na cabeça, quando paro e olho para o presente, o que está alí construído, me encho de esperança novamente, reafirmo meu compromisso de terminar tudo aquilo da exata maneira que eu e minha família sonhamos. Consigo até prospectar o momento em que vou poder sentar em uma rede, descansar de toda essa batalha e relembrar com orgulho toda luta para chegar até ali. Tem sido o processo de realimentação da força interna que me faz continuar dedicado e motivado.
As imagens abaixo são uma pequena amostra da imensidão de memórias que tenho em minha cabeça. Só quem está ali no dia-a-dia da obra, só quem botou a mão na massa para algo ser feito, é que pode ter esse privilégio de dizer: eu construí isso tudo, dinheiro nenhum fez isso por mim.