Entender para Resolver
Bom, chega de posts longos de conversa fiada e pouco do nosso projeto. O Blog Solo-Cimento procurou estruturar as etapas do projeto de construção com tijolo solo-cimento e compartilhar um pouco dos aprendizados durante o processo. Agora vamos para o que é mais particular de nossa obra, sem deixar de levantar pontos que talvez interessem a todos.
Prazer, sr. Sapo. Somos muitos, das mais variadas espécies, cores e tamanhos. Adoramos morar aqui! |
Trouxe meu amigo sr. Sapo para contar como é o local onde escolhemos morar. Sapo gosta de lugar úmido, adora brejo. Nós não adoramos brejo, mas gostamos muito do local que esse simpático sapo aí em cima mora. Ocorre que, como todo brejo, é perto do rio e como todo lugar perto do rio, pode sofrer com as variações do nível do mesmo. Para ajudar, o lugar é todo plano e considerando que o rio corta a grande várzea, dá para imaginar o que acontece quando o rio extravasa sua calha: enchente.
Nesse momento você deve estar pensando: quem em sã consciência compraria uma casa em um lugar que enche d'agua? Não é tão conclusivo assim. Não se trata de enchentes como se vê por aí, com correnteza, milhares de perdas, vidas em risco. O bairro tem quase 30 anos e as pessoas aprenderam a lidar com isso. Houve quatro grandes enchentes nesse período, pelo que me disseram os mais antigos de lá, tudo plenamente suportável e necessário se fazer conviver. A tranquilidade do local, a paisagem, a localização, o pacote restante todo que lá oferece é algo impossível de descrever aqui. É basicamente o lugar em que a maioria das pessoas gostaria de ter uma casa para fugir de vez em quando. A gente só escolheu fugir todos os dias! :)
Vista panorâmica |
Bom, toda essa ladainha para dizer que, ao tomar posse do local, me deparei com a seguinte situação: um terreno amplo, 70% gramado, relativamente bem cuidado, uma casa recém construída, acabamentos novos, um projeto pequeno porém bem concebido, apenas 1 dormitório, sala com cozinha americana anexa, alguns detalhes a resolver e uma altura do piso acabado igual a da rua. Não posso dizer que comprei enganado, sabia da característica do local, só não sabia que trabalho eu teria para sanar o problema. Terra vale ouro em um local que todo mundo faz aterro, mesmo tudo sendo imensamente plano, muitos sobem o nível do terreno para construir. Para ajudar, são 1800 m², ou seja, seriam necessários caminhões, mais caminhões e muitos caminhões para conseguir elevar o nível do terreno todo.
Com a decisão de minimizar todos os riscos em mente, investir no nosso conforto e segurança, arcar com eventuais perdas que teria em mexer naquilo que já estava, para 99% do tempo, totalmente adequado, fui questionando funcionários, outros moradores, gente com experiência no local para me passar um viés do que eu precisaria para resolver a situação de uma vez por todas. Depois de tudo, decidi por subir toda a casa em 50 cm do piso acabado, nivelando grande parte do terreno em 40 cm. Não havia um calculo preciso para isso, não tinha como tomar por base meu vizinho que estava até então bem mais alto do que eu. Achei um bom número e fui em frente...
Tudo começou assim:
Assim a grama, até então dominando grande parte do terreno, foi embora. Junto com cada um desse aí, o dinheiro também. A casa que era plenamente habitável, foi ficando isolada por terra e muitas vezes, lama. Acabou a paz, mas tinha de ser assim. Veja por essa foto abaixo que até uma mureta estilo "dique" o ex-proprietário chegou a construir, prevendo o pior.
Meus amigos "roçando" o mato, ao fundo |
Não demorou muito para virar essa bagunça:
Era só o começo... |
E assim foram, +/- 60 viagens (vou conferir as notas depois e edito novamente com o valor correto) de terra, mais algumas horas de retroescavadeira para espalhar e nivelar tudo no novo patamar, que vou detalhar no próximo post.
Esse momento foi o maior teste da nossa determinação, citada no post Preparando-se Para o Enfrentamento, no empenho em realizar nosso sonho. Mas não parou por aí...
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